quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Não tenho resoluções para 2015, não gosto sequer da palavra, que parece que se agarra à boca como caramelo espanhol. O que tenho são desejos diários e muitos. Desejos eróticos, sim, mas também de que tudo esteja bem com os que conheço, de que a saúde não falte, que o cancro não surpreenda e que nenhum louco se atreva num cruzamento a romper o vermelho. Que o ordenado aumente, não baixe, ou recomece, que os filhos, sobrinhos, primos, afilhados, e restante miudagem do mundo, consiga sobreviver aos caos que lhe deixamos de herança, enquanto tentamos sobreviver. 
Vivo um dia de cada vez e para amanhã desejo saúde, sol e continuar por cá.

Beijos.

Fotografia: Enric Galceran















terça-feira, 30 de dezembro de 2014

dias

Senta-se no sofá, completamente absorta pela tv. Os desenhos animados, sempre eles. Chamo-a, não ouve. Insisto. Responde, após mais uma tentativa. É como o pai, cabeça no ar. É como o pai em muitas coisas. Espero que não nas más. Digo-lhe para se calçar, vamos sair para almoçar. A um sitio giro. Levanta-se, algo relutante. 'Que vamos comer?' - pergunta. 'Formigas e moscas', respondo. Uma careta, 'A sério??? Isso não se come!!!', e ri. Salta para o chão, calça-se. Visto-lhe um casaco, dias bonitos mas frios. Ajeito-lhe o cabelo. Saímos de casa. Ao pulos. Sempre aos pulos. 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Fotografia: Stephen Lewis









Kristine Zandmane by Stephen Lewis for Lui December January 2015


Prendinhas de Natal #4 BAUBLEBAR X FRENDS LAYLA Headphones and Earrings

Não quero saber, chamem-me consumista, digam-me que isto não é um Sex Toy, riam-se da minha pancada de princesa, não quero saber, ADORO!
Se não fiz mal as contas, em euros, esta prendinha custa cerca de 142€. Um luxo, uma extravagância, blá, blá, blá! Quanto é que custa mesmo a Playstation 4?... 


baublebar





Leituras: O Elogio da Mulher Madura #2


Durante todo este tempo permaneci um proxeneta virgem. Havia umas quantas prostitutas bonitas e amáveis que pareciam gostar de mim, mas eu não fazia a menor ideia de como me declarar. Fixando-as nos olhos da maneira mais suplicante que era capaz, esperava que alguma delas tivesse a ideia de me convidar. Mas nunca o fizeram. E, apesar de desejar tanto fazer amor, que com frequência era acometido por terríveis cãibras, os efeitos de tristeza do pós-acto a despachar começavam a intimidar-me. Reparei que os soldados, que se arranjavam com quem quer que estivesse disponível, mal olhando sequer para a mulher em causa, ficavam depois, frequentemente, taciturnos ou mesmo zangados. E enquanto a minha adorada condessa costumava separar-se do seu jovem capitão com uma expressão de júbilo, saía dos aposentos dos outros oficiais com um ar gelado. O que quer que o sexo fosse para além disso, era obviamente um trabalho de equipa e comecei a suspeitar que estranhos, mais ou menos empurrados à força para os braços um do outro, raramente formavam uma boa equipa.
A mulher que melhor me ensinou esta lição foi a Fräulein Mozart.


O Elogio da Mulher Madura, Stephen Vizinczey - Editorial Presença, [p. 31 - 32]



domingo, 28 de dezembro de 2014

Imagens Atrevidas #2+



Megan Fox by Mert Alas & Marcus Piggott

Imagens Atrevidas #2




Joe Manganiello photographed by Nino Muñoz for People Magazine

Com um destes em casa, nem queria sair à rua ;)

Beijinhos com más intenções...pelo corpo todo


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Vidas #2

Tempos houve, em que os seus lábios tremiam de excitação, perante aquela boca travessa, que lhe sorria sempre que os olhos se cruzavam. 
Tinha comemorado os quatro anos de casamento em Maio; no berço, como esperado, dormia um pequeno Filipe, filho desejado, neto (único) adorado. Não se podia queixar da vida que levava, um marido que a mimava, dono de uma bonita conta bancária e que nunca se lhe negava a nenhum dos seus caprichos. Férias na Grécia, closet recheado, carro novo alemão. A vida tinha-se organizado, melhor ainda do que havia sonhado. Tinha sido o marido também, quem lhe tinha arranjado o emprego, numa das empresas sua cliente. De mera secretária de administração, passou a directora dos recursos humanos. Estava radiante. Sabia o efeito que produzia nos homens. Cabelos loiros, sempre cuidados, roupa atrevida, mas de boa qualidade, sapatos altos, nem que fosse para levar o cão a mijar. Mais de metade do trabalho, estava feito, depois bastava sorrir, ouvir sempre com atenção e  finalizar concordando. Julgou, por isso, que o sentimento que a unia ao marido fosse coisa para durar, interesses comuns, base sólida que não valia a pena lascar por algum engate com colaboradores ou paquetes de entregas. Continuava a flirtar-lhes os biceps e o fecho das calças, enquanto molhava os lábios sequiosos, se algum lhe alterava a respiração, mas segurava a ponta, pensando na boa vida que não queria perder, o salário acima dos dois mil e quinhentos, que ainda lhe parecia mentira.
Por tudo isso, não entendia como podia sentir-se tão cativa daquele homem. Presa por um olhar que tanto lhe prometia prazeres incalculáveis, quanto a desprezava simpaticamente, algo a que não estava habituada. Da excitação inicial, passou à total submissão e entrega. Inventava mil desculpas, para sair mais tarde, mil relatórios, para trabalhar aos sábados, mil reuniões no Porto, para dormir fora. Culpava-se pelo bebé, que a sua mãe cuidava, fazendo as suas vezes, arriscava nas mentiras, mas não conseguia parar. Habituada a vencer, aquela relação tomava-a com uma febre, roubava-lhe o discernimento, e, no escritório, os murmúrios aumentavam de tom. De dia para dia, aumentavam as piadas à sua passagem pelas secretárias.  Em casa, o clima era tenso. Vivia num medo permanente. Mantinha o telemóvel sem som, escondido no bolso, limpava o histórico do portátil, com uma precisão compulsiva. A muito custo se retraia, para não voltar ao vicio antigo de fumar. O marido, dirigia-lhe cada vez menos a palavra e sempre que a olhava, o rosto gelava. O mundo perfeito desmoronava-se. 

[cont.]

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Prendinhas de Natal #3 Tanga Com Vibração - OhMiBod® Blue Motion APP


Estou sem palavras…apenas me ocorre uma para este acessório … UAU!!




Esta tanga vibratória pode ser controlada a qualquer distância por WIFI… basta fazer o download da APP OhMiBod Remote para o seu smartphone (e também para o smartphone do seu companheiro…assim pode brincar sozinha, e o seu companheiro pode brincar consigo quando lhe apetecer) e vibrar com esta nova tecnologia. Imagine este cenário e depois diga-me se não vale a pena gastar 109€:

Sai para o trabalho com as cuequinhas vestidas…vai no autocarro e de repente sente um vibrar inesperado na sua vagina, um vibrar que aumenta o ritmo de forma imprevisível e que a faz contorcer-se, discretamente, de prazer…e repentinamente para de vibrar…e o desejo acumula-se. 

Mais tarde, na loja, ao falar com o Sr. José, a vibração recomeça e tem de se conter. Deseja mentalmente que o Sr. José não queira conversar, como acontece habitualmente, e que se vá embora rapidamente. Assim que ele sai, após um rápido bom-dia, espera que a vibração aumente e que não apareça mais ninguém durante a próxima hora. Assim como começou, a vibração para, como que adivinhando a sua necessidade, como se quisesse torturá-la um pouco mais antes deixá-la chegar ao tão ambicionado orgasmo. Mas claro que o seu companheiro só quer provocá-la e deixá-la insuportavelmente excitada. 

Ao fim do dia, fecha a loja aos clientes, mas ainda tem caixas para arrumar no armazém…e como se estivesse a ser observada, as cuequinhas começam novamente a pulsar. Aguarda, já sem esperança de poder acabar, que a vibração pare de novo. Mas desta vez a vibração continua… é uma tortura deliciosa. 

Sente-se a arder de prazer. Quer render-se completamente às sensações que a tanga lhe provoca, sente-se húmida e cada vez mais próxima do tão esperado orgasmo. Com os dedos massaja o clitóris que está duro e sensível. A velocidade da vibração aumenta e já não consegue controlar-se. Abandona-se ao calor que a percorre e vem-se sobre os seus dedos e a tanga. Respira ainda ofegante, levanta-se, e como que impulsionada por um desejo maior fecha tudo e corre para casa, onde o seu parceiro a espera com o telemóvel na mão…


Pode adquirir este acessório fabuloso na Cupido’s Shop e vibrar sozinha ou a dois…



Beijinhos com más intenções ;)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O Quarto 31 deseja a tod@s Boas Festas






Let’s talk about sexting…



Digam lá quantas vezes já receberam ou enviaram mensagens ditas “ordinárias” ao vosso companheiro ou companheira? Sejam elas textos picantes ou imagens/vídeos obscenos.


Se a resposta a esta pergunta é “nunca” então meninas não percam mais tempo. Não sejam tímidas… o sexting tornou-se uma arma sexual poderosíssima que além de estimular muito mais do que podem imaginar também vos ajuda a pôr na mesa (ou onde quiserem, nós somos a favor da variedade) as vossas fantasias mais secretas.

Confessem lá que não gostavam de receber algo como “Quero apalpar-te as mamas e lamber-te toda agora mesmo” ou “Estou com ele duro só de pensar em ti” a meio do dia. Sim, podiam engasgar-se com a sandes meia comida ou esquecerem-se por momentos para quem era aquele email que estavam a escrever… mas posso dizer com certeza que iriam trabalhar muito mais animadas…e molhadas…

E por que não aproveitarem a deixa para ir à casa de banho a meio do expediente (o corpo não se satisfaz sozinho…precisa de alguma orientação e o desejo pode surgir a qualquer hora) e usarem aquele mini vibrador que anda escondido na mala e está inutilizado há tanto tempo?

Imaginem responderem com um “imagina-me a chupar-te debaixo da secretária” e ansiarem o dia todo para chegar a casa para realizar os cenários mais promíscuos e deliciosos, tendo aquela pessoa à vossa espera num estado de puro desejo insaciado?

Vá lá…escrevam agora mesmo uma mensagem a dizer exactamente o que vos apetece e como… ou melhor, caso tenham um telemóvel todo XPTO com máquina fotográfica…mostrem ;)



Beijinhos cheios de más intenções ...
r&a

Posições #2 «Passando a ferro»





Vai precisar de uma tábua de engomar, um ferro, de preferência leve, e dois ou três quilos de roupa. 

Prepare-se com esmero para esta tarefa. Coloque umas meias bem sensuais (se lhe faltarem as meias ou as ideias, pode sempre dar uma vista de olhos pela Loja de Lingerie ), calce aqueles sapatos que lhe dão um andar de gatinha assanhada e está pronta. Se tiver frio, acenda a lareira ou ligue perto um aquecedor. 
Peça ao seu companheiro que fique, de pé, em frente à tábua, e, com a mão direita que pegue no ferro (sem medos, que aquilo não morde), e com a mão esquerda estenda a toalha na tábua e a segure (aconselho sempre que se comece esta posição com toalhas, são próprias para os iniciantes na modalidade).
Nesta altura, convém recompensar o homem com uma bela palmada nas nádegas e beijinho no pescoço. Aproveite a ocasião para roçar as suas mamas nas costas dele. Suavemente, ao ouvido, murmure-lhe que avance com o ferro por cima da toalha e que brinque com eles como se estivesse numa pista de carros. Depois, é só fazer o mesmo com o resto das toalhas.

Enquanto isso, solte as amarras ao óbvio, ajoelhe-se ao lado da tábua (sempre com cuidado) e ofereça-lhe o melhor felattio, vulgarmente conhecido por broche, que conseguir.

Divirta-se!



segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Fotografia: Ivan Palis







coisas

- 'queres enrolar-te comigo?' - pergunta-me, do duche. 

hesito, por um instante.

- 'sim'
- 'tens a certeza?'
- 'tenho. e tu?'
- 'sim. acho que sim...'

não voltámos, depois dessa manhã, a tocar-nos.

LOVE ME LIKE YOU HATE ME




LOVE ME LIKE YOU HATE ME por lustfilms



domingo, 21 de dezembro de 2014










4 coisas que acabam com o desejo

Minhas queridas
Não sou de fazer listas. Deixam-me exausta e, confesso, até me irritam um bocadinho. Mais ou menos como perder tempo a alinhar os livros na prateleira por tamanho ou por ordem alfabética... que tédio! Com tantas coisas melhores para fazer. Quantas vezes estas pequenas tarefas diárias nos tiram o tempo ou servem de desculpa para adiar aquilo a que temos direito: o prazer? Que trabalho é que dá ter prazer? Nenhum!! 
E, sim, estou a falar para todos as queridas que já estão numa relação há tanto tempo, que se esqueceram que o sexo e a intimidade são essenciais à sobrevivência. De cada um e da relação. Pois, porque no início das relações, tudo o que mexe excita, não é?
Por isso, dedico-vos uma mini-lista daquilo que devem pôr de parte no prato da intimidade:

1. O cansaço
Que atire a primeira pedra quem nunca escolheu fazer uma sesta em vez de ter sexo. Pode parecer contraproducente, mas, às vezes, marcar dois ou três dias por semana para o sexo pode mesmo apimentar a relação. Ponham lá no calendário da cozinha: quinta-feira às 9 da noite vou-te comer!!!

2. Os horários
Que tal sincronizar os despertadores sexuais de cada um? Vocês podem andar a fazer turnos diferentes no horário da libido, sabem? Há pessoas que gostam mais de manhã, outras à noite. Em vez de se porem a evitar o tema, dediquem-se a sugerir momentos em comum. Por exemplo: "depois das 11 da noite, quero é dormir, por que é que não fazemos de manhã?"

3. A falta de autoestima
Quer dizer, não somos, nem de perto nem de longe, todas modelos da Victoria´s Secret. É normal sentirmo-nos imperfeitas aqui e ali, mas, e depois? Na hora do que interessa, garanto-vos, só nós é que damos por isso. E digo mais: TODAS, mas TODAS nós ficamos sexy a ter sexo! Têm dúvidas? Ponham-se de 4 com um ar lascivo à frente de um espelho e depois digam-me que não tenho razão...

4. O tédio
O sexo e o desejo não começam só quando a porta do quarto se fecha, minhas amigas. Durante o dia, sozinhas, têm de procurar o que vos desperta o desejo para depois o poderem partilhar com os parceiros ou parceiras. Sejam atrevidas. Muito atrevidas! Vejam filmes eróticos ou pornográficos sozinhas, deixem-se invadir por aquele calorzinho da excitação, aquele que sobe por nós acima e nos deixa todas coradas. Sem vergonhas nem medos. É um direito! Ou acham mesmo que "Virgem" era o primeiro nome de "Maria" (a piscadela de olho à quadra tinha de cá estar...)?? E, à hora marcada (se for necessário) abusem do vosso companheiro ou companheira e divirtam-se muito!

A libido e o apetite sexual de cada um podem ser completamente diferentes e isso não tem mal nenhum. Há que "negociar" e encontrar um terreno comum. Não se esqueçam: quanto menos sexo têm, menos querem ter.

Da vossa Dra. Lavinnia

Leituras: O Elogio da Mulher Madura #1


Este livro é dirigido aos jovens e dedicado às mulheres maduras
 e é meu propósito debruçar-me sobre as relações entre ambos.


(...) Algumas vezes, quando ficava demasiado excitado por presenciar alguns preliminares, tinha o hábito de protestar contra a injustiça daquilo tudo. «Quando precisam de mim para vos arranjar os engates está tudo bem, mas quando toca a fornicar já sou um miúdo!»

       Eu também queria o meu quinhão. Estava tão empenhado a traduzir frases como «pergunta-lhe se ela é apertada ou larga», estava tão inflamado pelas conversinhas e carícias que me encontrava em estado de permanente erecção.

Raramente deixava escapar uma oportunidade de me esgueirar para dentro dos aposentos de um oficial, assim que ele de lá saía com uma mulher. Nas casernas dos soldados havia sempre alguém por perto, mas nos alojamentos privados dos oficiais por vezes podia examinar tudo sem ser perturbado. Tentava descobrir pistas nos leitos desfeitos, nas garrafas de álcool meio vazias, nas pontas de cigarro sujas de bâton, mas, acima de tudo, nos odores que ainda pairavam no lugar. Uma vez até encontrei um par de calcinhas de seda branca e cheirei-as avidamente. Tinham um odor peculiar mas agradável. Não tinha meio de o saber, mas tinha a certeza de que era o cheiro da coisa da mulher, e pressionei as calcinhas contra as narinas e cheirei-as por um bom bocado.

Recordo apenas uma ocasião em que senti que podia ficar criança por mais algum tempo. Foi quando observei um soldado que, tendo contraído uma doença venérea, teve de levar várias injecções mesmo no pénis. Enquanto os seus camaradas estavam por ali, sentados na caserna, rebentando de riso, ele andava para trás e para a frente, entre as duas filas de camas, ainda curvado com dores e sempre com as mãos entre as pernas. Tinha os olhos marejados de lágrimas e berrava numa voz cavada: «Nunca mais o espeto noutra que não seja a minha mulher! Foi a última pega em que o meti até ao fim da minha vida!».

Passaram vários dias antes de voltar a matutar num modo de fornicar com uma das senhoras a quem servia de intermediário.



O Elogio da Mulher Madura, Stephen Vizinczey - Editorial Presença, [p. 25 - 26]


p.s.


Em nome de todas nós, representadas pela belíssima Miranda, o nosso Obrigada por teres vindo.

Miranda Kerr by Mario Testino




(Horas de negociações, minhas senhoras, horas de negociações.)



sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Bom fim de semana e agradecidas a todos!




/Marketing que nos agrada/





O Orgasmo: será mesmo importante?

Meus queridos, não me levem a mal a pergunta.  Um orgasmo é um orgasmo e mais do que um orgasmo é o Valha-me-Deus-Nosso-Senhor.
Será que o mundo se divide mesmo entre as que conseguem e as que não conseguem? Serão as que conseguem são melhores do que as outras? E quando as que conseguem, porventura, um dia, não chegam lá? E por que carga de água havemos de usar o verbo “conseguir”? Será mesmo necessário um “tentar”?
Ora, aí está, não é?
Já não nos bastavam aqueles dias em que nos produzimos todas de segunda a sexta porque eventualmente podemos dar de caras com aquele rapaz que trabalha no piso de cima e, pumba, damos de caras com ele no supermercado ao fim-de-semana, de ténis, desmaquilhadas e cabelo desgrenhado, ainda temos, vá, de nos vir sempre que temos sexo, só para não lhes roubarmos a “machidade”.
Mas vamos ao que interessa: é CLARO que o orgasmo é importante! Sem ele, é o mesmo que cheirar um chocolate sem lhe dar uma valente trinca. Mas atenção: nada de obcecar. Não ter um orgasmo não significa não adorar o ato sexual.
Quem são os culpados desta fixação orgásmica?
Talvez uma cultura predominantemente androcêntrica no que diz respeito à satisfação sexual, em que o clímax é obrigatório, tornando quase impossível a mulher atingi-lo, já que, naturalmente, as dinâmicas são diferentes entre prazer feminino e masculino. E não nos esqueçamos que a pornografia torna qualquer orgasmo absolutamente épico, o que não acontece de forma alguma todos os dias da nossa vida.
Não se esqueçam: o corpo de cada um é único. E, como tal, só há uma forma de descobrir aquilo de que ele mais gosta: indo com calma, passo a passo, ou melhor, dedo por dedo (vá lá, não sejam tímidas, toca a usar as mãozinhas e os vibradorezinhos para perceber quando e como lá chegar).
E, muito importante, ouçam o vosso corpo. Se sentem que algo não está bem, toca de ir ao médico e perceber se a ausência de clímax não terá algum outro fundamento.
E, acima de tudo, aproveitem!  O sexo é, sobretudo, divertido! Não é uma obrigação.

Da vossa dra. Lavinnia


Prendinhas de Natal #2 Diamonds Are a Girl's Best Friend

Já dizia a Marilyn Monroe que Diamonds Are a Girl's Best Friend e agora ainda mais com o novo vibrador da Bijoux Indiscreets




Este pequeno vibrador em forma de diamante está preparado para estimular externamente e levar o nosso corpo a render-se ao nosso novo melhor amigo. E portuguesas, podem adquirir esta pedra preciosa no site Bijoux Indiscreets pelo preço de 49.95€. 





Este vai, definitivamente para a minha lista de desejos…pode ser que o Pai Natal mo ofereça ;).



Beijos repletos de más intenções...

Vidas #1 (3)

[continuação]


Quando ouve as colegas do escritório, umas que fazem assim, outras fazem assado, algumas comem por fora, outras andam na internet, sente-se uma desnorteada, imprestável até para arranjar quem lhe mate a fome. Não conta às colegas que passa meses sem que as mãos do marido lhe procurem o corpo largo e que já foi tempo em que lhe sentia a língua, ávida pela sua língua, que minetes, nunca lhos tinha feito. Talvez tenha nojo. 
Quando, depois de deitar os miúdos, lhe nota algum gracejo mais tosco e ele lhe dá uma palmada no rabo, coisa que detesta, tal é o paternalismo, sabe que é o sinal. Desliga a televisão e vão juntos para a cama. Deitados, tudo não passa de um encosto por trás, meia dúzia de estocadas e um fraco resfolgar final. Para ela, é apenas um frete ocasional, que pela obrigação que julga ter, faz sem mostras de má-vontade. Não atinge o orgasmo, mas ele também não pergunta. As raras palavras que trocam, são sempre iguais, estás seca, ao que responde, desculpa. 
Que está seca, Elisabete sabe-o há muito. Não é apenas a vagina que se recusa a lubrificar-lhe o acto, tomando a carne que entra, com a dificuldade de quem se recusa a comer, são também os olhos que se recusam a olhar o corpo nu e as mãos que raramente lhe afagam a pele. Sente-se miseravelmente infeliz, mas não se queixa, como poderia, tem saúde, um marido que a ajuda e dois filhos maravilhosos. 






Fantasias & Fetiches – “A”


Pensem na primeira palavra que vos vem à cabeça com a letra “A” e criem uma fantasia em torno dessa palavra.

Eu começo:

Algemas (ao longo das minhas publicações vão perceber que esta tinha mesmo de ser a primeira…)

Quem já não se imaginou algemada e completamente dominada pelo parceiro ou parceira? (Vá lá, sejam sinceras, aqui não precisam ser tímidas). Segundo o estudo realizado pela canadiana Christian C. Joyal (posteriormente publicado na revista Journal of Sexual Medicine) esta é uma das principais fantasias de uma mulher (e dos homens também…não pensem que não).
Claro que não é fácil de admitir, mas assim que se renderem não vão querer outra coisa.

Algemas Cor-de-Rosa em Camurça

Até é bastante fácil de realizar: compre umas algemas (de metal, de camurça, com chave, com fivelas, com pêlo, com manípulo de segurança, existe uma variedade incrível que vai ao encontro das vontades de cada um), apareça em casa dele ou dela e peça descaradamente o que pretende. Convencê-lo/a vai ser a parte fácil e não se vai arrepender!


Eu já a realizei, mas por muitas vezes que o faça vou sempre querer novamente. Isto porque na hora H, saber que não posso mover as mãos para dar qualquer indicação e depender apenas do conhecimento que a outra pessoa tem dos meus pontos fracos faz-me sentir uma perda total do controlo o que, consequentemente, me provoca um prazer indescritível.


Claro que há pessoas cuja personalidade dominadora não permite retirar prazer deste tipo de brincadeira. Mas para aquelas que, como eu, sentem prazer, ou até curiosidade com este tipo de acessórios, atrevam-se!


Um beijinho cheio de más intenções…

Posições #1 «À secretária»




Anda farta de ouvir as suas amigas falar em múltiplas posições, ginástica que nem acredita ser possível? Anda farta de ler artigos sobre as mais variadas possibilidades e nenhuma delas lhe ser novidade? 
Diga que sim, que estou mortinha por lhe dar a conhecer o outro mundo das posições sexuais, o mundo real. Não o dos maravilhosos quartos de m/hotel, mas aquele onde temos de aspirar, lavar a louça e mudar fraldas.

Para começar esta rubrica, vou falar-vos da Posição «À secretária».

Passamos grande parte do dia sentadas à secretária, terrível para as pernas, pior ainda para as costas, é verdade. Se houver massagista de serviço no seu local de trabalho, aquele/a colega com mãos de ouro, estime-o/a, é um bem precioso. Se houver um namorico, affair momentâneo, vontade mútua é quanto basta, que, numa oportunidade, possa testar consigo a posição à secretária, acredite-se abençoada. Nada faz tanto pela sua pele como um litro e meio de água por dia e sexo com regularidade.

É muito simples, ele (ou ela, que a diversidade é muito bonita e no Quarto 31 somos pelo respeito e totalmente a favor dela) deverá baixar as calças até aos joelhos (é o melhor para poder abrir um pouco as pernas e ter mais controlo sobre os movimentos e além disso não sujará as calças), e sentar-se na cadeira resistente e sem braços (atenção às cadeiras das "rodinhas", aquilo anda sozinho, é perigosíssimo!). Você deverá proceder de igual forma, (obviamente que uma saia e umas meias de ligas farão milagres na actuação, facilitando as manobras) e senta-se em cima do parceiro, de costas para ele. Ele poderá segurá-la pelas mamas, pela cintura ou pelos cabelos. Além disso, é você quem controla o ritmo do pénis, podendo brincar com a situação, "baloiçando-se" nele. Para aumentar o ritmo do vai e vem, agarre-se com força à secretária e vá rezando para que o monitor não caia. 
Para o momento final, tenha sempre à mão os preciosos lenços de papel e um saquinho (pode ser uma folha dobrada) para guardar o preservativo.
Atender o telefone nestas alturas é sempre um factor extra de risco, mas também de adrenalina. É o jogo do controlo, um equilíbrio terrível. Não arfar enquanto comunica que a encomenda 235R já foi expedida ou que a Dr.ª Lúcia já saiu, torna-se no objectivo mais importante da sua vida. Experimente, sinta esse sangue a bombar. Além disso, sempre adianta serviço.

Divirta-se!


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Imagens Atrevidas #1+



Mark Morris by Ray John Pila


Imagens Atrevidas #1



Elias Ulrich | Magische Erotik


Vidas #1 (2)

[continuação]


Mas um dia, apareceu-lhe uma prima afastada, à saída do autocarro, a chorar que nem uma criança, dizendo que lhe queria falar. Levou-a a um café, comprou-lhe uma garrafa de água e dispôs-se a ouvi-la. Cristina, assim se chamava a prima em terceiro grau, fanicava entre soluços, ora pedindo desculpas, ora dizendo que não tinha tido culpa. Contou-lhe então que se encontrava com o Quim às escondidas, tinha-se apaixonado por ele e que agora estava grávida. Elisabete sentiu que o chão lhe fugia dos pés e caía vertiginosamente num buraco sem fundo. Há quanto tempo, Cristina?, foi a única pergunta que lhe fez, Quase cinco meses... 
Amava o Quim, e agora que ambos tinham conseguido arranjar trabalho, ele já tinha a tropa feita, era óbvio que o próximo passo era casar. Lembra-se que deixou a prima a falar sozinha no café e caminhou sem rumo, durante mais de duas horas. À noite, quando o Quim lhe telefonou a dizer que estava a sair de casa para a ir buscar - tinham combinado ir ao cinema - gritou-lhe que já sabia de tudo e que nunca mais o queria ver. Passou dois meses a chorar pelos cantos e a ouvir da mãe a mesma lengalenga, ele não era homem para ti, Maria Elisabete. Até que um dia, num baile de domingo, onde tinha ido arrastada por uma amiga, conheceu o João, de cara séria e um metro e oitenta.

[cont.]




Prendinhas de Natal #1 Massajador Alia


“No woman gets an orgasm from shining the kitchen floor.” 
Betty Friedan




É sempre assim, presentes para o marido, para os filhos, para os pais, para os sogros, para a irmã, para o namorado, para o cão e para o gato, para o banco alimentar e mais meia dúzia de instituições. E para si, já comprou alguma coisa? 

Relaxe, dê uma oportunidade a si própria, tenha prazer. Sozinha ou acompanhada, na cama ou na banheira (totalmente à prova de água), ofereça ao seu corpo um massajador Alia. É discreto, tem um design sofisticado, distante do estereotipo dos sex toys tradicionais. Um autêntico luxo. E se à primeira vista o formato lhe parece singular, garantimos-lhe que o aro é bastante prático para segurar o brinquedo e para o colocar nas posições que lhe forem mais prazerosas. Nestas coisas do prazer, não há nada mais convincente do que experimentar. 

Pode encontrá-lo à venda na Casa de Eros - boutique erótica  online. 


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Diário Secreto de uma Mulher, de Sophie Morgan

Numa altura em que a literatura erótica tem cada vez mais leitoras, cabe-nos distinguir o recorrente do inédito. O Diário Secreto de uma Mulher obriga-nos a mergulhar, através de um relato verídico na primeira pessoa, no debate interior de uma Submissa.

Sophie é uma mulher inteligente, independente e sofisticada, uma jornalista determinada, cumpridora de prazos que tem controlo sobre tudo na sua vida, ou quase tudo…É que, apesar de fora da cama Sophie ser totalmente livre e desprendida, na cama é totalmente o oposto. Ela é uma submissa que nos mostra toda a dualidade da sua personalidade. 

Perante as humilhações mais violentas a que os seus companheiros (sempre dominadores) a sujeitam, ela sente raiva e desprezo, mas o seu corpo contradiz cada pensamento seu. O seu sexo húmido e receptivo expõe claramente o prazer que sente com as humilhações e agressões que sofre, mesmo que a sua mente lhe diga que ela não gosta de algo ou as suas nádegas estejam quase dilaceradas com tantas vergastadas. 

A dualidade presente em Sophie é visível no desejo de mandar “à fava” o dominador e ignorar cada ordem que recebe e a teimosia que não lhe permite desistir. Em cada página existe uma luta interior entre a voz na sua cabeça que lhe diz que não tem de se sujeitar a chupar os dedos dos pés de ninguém e a vontade de mostrar que consegue fazer o que é ordenado para agradar ao seu dominador, para que ele se apiede dela e lhe permita atingir o tão almejado orgasmo. 

As dores e as humilhações são tão fortes, que Sophie termina muitas vezes o encontro com o seu dominador a chorar baba e ranho, literalmente, mas também (quando lhe é permitido) a entregar-se à intensidade dos orgasmos que este tipo de práticas lhe provocam. 



Claro que a maior parte do livro é um discorrer de cenários típicos de uma relação D/s, no entanto, este livro prima pela diferença. Não é apenas um relato de uma relação entre um Dominador e uma submissa, mas de vivências pessoais e reais que vão contra tudo aquilo que a protagonista imagina que consegue suportar, fazendo-a perceber que é mais forte do que aquilo que pensa e que precisa desesperadamente daquele lado obscuro para sentir prazer. Para a narradora, ser submissa não é fazer apenas aquilo de que se gosta mas também ultrapassar os limites fazendo o que nunca imaginara ser capaz de fazer.

“Quando regressei à Terra como que saída de um transe, ainda a tremer devido à intensidade do que acontecera, ele estava a desapertar as calças e a aproximar-se de mim. Enfiou-se violentamente dentro de mim, colocando o seu peso sobre a minha vagina ainda palpitante, intumescida, pisada e dorida. Não consegui evitar um grito. Começou a foder-me, uma evocação cruel do ritmo da colher apenas uns minutos antes, uma sensação tão dolorosa e intensa que me arqueei debaixo dele, fazendo tudo o que podia para o afastar, o que, graças às algemas e à corda que me prendia os tornozelos, foi muito pouco.
Ele enfiou-se ainda mais dentro de mim e depois deteve-se por uns momentos. Prendeu as mãos no meu cabelo e beijou-me avidamente, e a seguir mordeu com força o meu lábio inferior até eu sentir sangue. Os dedos dele rodaram as molas presas aos meus mamilos, ajustando-as e apertando-as até me dar a impressão de que todo o meu corpo estava em chamas. Eu estava a soluçar, com lágrimas a escorrerem-me pelo rosto, e, quando recomeçou a foder-me sussurrou:
- Vieste-te à pancada 109 porque voltámos atrás quando te enganaste. Falhaste o teu prazo.
Por entre uma névoa de dor e de intenso prazer percebi exatamente o que aquilo significava. E tremi…”

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Vidas #1


Elisabete, todos os Natais, arruma as trouxas dos pequenos e do marido e ruma com eles para Portalegre. Entre a casa da mãe e a casa da sogra, depois a dos tios e tias, que há um ano não se viam, os primos, que estão cada vez mais crescidos e graúdos, quase não há tempo para pensar em si. Fica-lhe um vazio que não entende, logo ela que tem tudo, saúde, um marido que a ajuda, dois filhos maravilhosos. 
Na altura das festas, dormindo todas as noites em camas diferentes, colchões que não lhe conhecem as formas generosas, que a todo custo tenta disfarçar, sente-se ainda mais sozinha. Uma vergonha invisível, catequese da mãe, impede-a de procurar o corpo que dorme ao seu lado. Tão pouco aquele corpo a continua a procurar. Escondida, de porta trancada, ousa, em algumas manhas de domingo, procurar um orgasmo que lhe liberte a raiva silenciosa. Mas ou é o João que bate à porta, ou os miúdos que gritam no quarto, guerrilhando por tudo e por nada, ou a mãe que telefona mais uma vez para saber da vida e se está tudo bem, e na maior parte das vezes nada mais consegue do que chorar um pouco.
Teve um namorado, antes do João, mas nunca passaram do sexo oral e da penetração com os dedos. Mas, mesmo sem que lhe tivesse sentido o sexo, os orgasmos eram constantes e intensos. A única coisa a que se lhe negara, tinha sido a engolir-lhe o sémen, coisa que ele ainda insistira duas ou três vezes, dizendo que era uma prova de amor. Vontade de experimentar, não lhe faltara, mas era nova, ingénua, e acreditava piamente que, se o fizesse, podia engravidar. Hoje ria de tamanha palermice, mas há quinze anos, pouco sabia da vida.
Negou a primeira vez ao Quim, porque queria casar virgem e tinha um medo terrível de engravidar. Seria amaldiçoada pela mãe e expulsa de casa pelo pai. Ardia em desejos e quando o Quim lhe mostrava os preservativos, quase se deixava ir até ao fim, permitindo que ele lhe roçasse o sexo duro nas virilhas e no clitóris. Mas as sombras dos pais, o cinto que tão bem conhecia, impediam-na sempre de se entregar totalmente. A pedir desculpas, entre algum choro e sorvedouro, afastava-se dele e tentava acalmar-se. Ele era gentil, não insistia mais e, suavemente, introduzia-lhe um dedo na vagina molhada e intumescida, depois outro e finalmente um terceiro.


[cont.]


   

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

As Cinquenta Sombras de Grey


Mesmo a calhar, com este frio, aí está o segundo trailer [de ficar a arder] do filme As Cinquenta Sombras de Grey.

Ora espreitem só.





O filme chega às salas de cinema no dia 14 de Fevereiro, Dia dos Namorados.



O Quarto 31, brevemente, publicará a sua leitura sobre livro que serviu de base ao filme. 



sábado, 1 de novembro de 2014

Olá Leitor(e/a)s,

Sejam bem-vind@s ao Quarto 31, uma aventura conjunta de um grupo de amigas (ainda estamos a tentar convencer os homens a participar), que agora se inicia. 
Quando verbalizámos este projecto pela primeira vez, alguém nos afirmou, categoricamente, que não ia dar certo, que não valia a pena, que as mulheres portuguesas ainda não se afirmam na leitura de conteúdos eróticos, receando as más-línguas das vizinhas, que não iríamos ter sucesso, que a igualdade de género é fantasia da cabeça de alguns. Que, imagine-se, as mulheres não gostam de sexo.
Agradecemos os conselhos, virámos costas e pusemos mãos à obra. As dificuldades não nos preocupam e o sucesso deverá ser resultado de um bom trabalho e não coisa de adivinhação. 
Somos todas bastante diferentes, como qualquer ser humano, mas em comum temos o facto de gostarmos de sexo e de todo o ambiente erótico que o rodeia e de queremos falar dele sem tabus, pelo menos é o que esperamos. 
Todas as contribuições serão bem-vindas. Abusem do nosso email.