sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

- B., vamos jantar.
(silêncio)
- B., jantar.
(cabeça no ar. confirma-se, filha do seu paizinho)
- B.!!!
(de volta à terra)
- Sim, papá?
- Horas de jantar, querida.
- Está bem...
- Lavar as mãos, se faz favor.
- Ok. O que é o jantar?
- Sopa de legumes e peixe cozido com batata, ovo, couve lombarda.
(tom de voz desconsolado) 
- Não quero couve...
- É para comer tudo o que estiver no prato.
(agora o choradinho) 
- Mas eu não gosto de couve...
(cara de poucos amigos, tom de voz a condizer) 
- Quero esse prato limpo.
(mais choradinho)
- Mas eu não gosto de couve...
(expressão facial inalterada)
- Quero esse prato limpo.
(olhinhos)
- Vá lá...não quero couve...
- Pela última vez - quero esse prato limpo.

Sabe que perdeu. 30 minutos depois, tem o prato vazio.

 



quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A Bibliotecária, de Belle Logan



A Bibliotecária

A figura da bibliotecária tem sido alvo de fetiches e desejos de muitos homens. Há quem imagine que por baixo dos óculos, do cabelo apanhado e do ar sério existe uma mulher linda e criativa, à espera de uma oportunidade para se libertar das repressões e realizar os desejos mais primitivos.


Neste livro, deparamos com um homem atraente, rico e poderoso que anseia por dominar a mais recente colaboradora da New York Public Library acabando por consegui-lo vezes sem conta no decorrer da história. 


Uma história que nada tem de novo: Sebastien, um fotógrafo famoso, domina Regina na cama e fora dela. Regina submete-se (por vontade própria) a cada capricho, a cada desejo deste homem que a veste de Prada, Gaultier, La Perla e Tiffany’s dos pés à cabeça (ora, sejamos sinceras, que mulher não se submeteria a ele de livre e espontânea vontade?). A jovem rende-se por inteiro ao aceitar posar para ele, ao estilo da famosa Bettie Page, a mulher que, nos anos 50, se tornou a Rainha das Pin-ups.


Um pouco à semelhança do fabuloso Christian Grey, Sebastien tem gostos sexuais extravagantes. Ele gosta de amarrar e açoitar a sua parceira. No entanto, não excede os limites do bom senso. O objectivo dele não é torturar ninguém, apenas levar a outra pessoa a ultrapassar determinados limites que poderão (e o fazem de facto) aproximá-la do prazer absoluto.


E quem nunca pensou, mesmo que remotamente, render-se às mãos experientes e fortes de um homem como o Sebastien?


Deixo-vos um clip do filme Tomcats, de 2001, para verem uma bibliotecária em acção... ;)


Beijos mal-intencionados da vossa
R&A

Art Goes Porn



Eduardo Menezes | Mondrian goes porn


Everson Klein | Vik Muniz goes porn


Fernando Leite | Andy Warhol goes porn


Fernando Togni | Tarsila goes porn


Guilherme Caon | Pablo Picasso goes porn


Lucas Levitan | Joan Miró goes porn


Marcelo Armesto | M.C. Escher goes porn


Marcelo Quinan | René Magritte goes porn


Rodrigo Pereira | Vincent van Gogh goes porn


Taise Kodama | Jean-Michel Basquiat goes porn


Vivian Dall’ Alba | Wassily Kandinsky goes porn



quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Porque é de liberdade de expressão que se trata


Também O Quarto 31, formato apenas possível numa sociedade de liberdades, aqui manifesta a sua consternação e lamenta as doze vidas perdidas.









(...)
– Gostas da minha coninha?
– Não se diz isso. É feio.
– E a coninha: achas a minha coninha feia?
– Já vi coninhas melhores, se queres que te diga. Mas não é uma coninha feia.
– Parvo.
– Já vi coninhas vaidosas, alegres, simpáticas, arrogantes, cerebrais, intuitivas, cordiais, virtuosas, prazenteiras, românticas, bondosas, medonhas, infantis, ciumentas, vulgares, incompreendidas, entusiastas. A tua coninha só tem pouca personalidade. Não é grave.
– O que queres dizer com isso? Olha para ela com atenção.
– Estou a olhar.
– Achas que lhe falta assim tanta personalidade? Olha bem.
– Acho.
– O que queres dizer com isso?
– Personalidade. Atitude. É uma coninha passiva. Parece-me lenta. Nunca ouviste a história da coninha adormecida? Não sei se me entendes. É uma coninha mandriona, é o que é.
– Uma coninha mandriona?
– Não te rias. Não é motivo para risos.
– Não me estou a rir.
– Então é ela. Olha para ela. Ri-se de quê, esta puta interesseirona?
– Ri-se de ti e da tua pichota ridícula.
– Qual é o mal da minha pichota? É uma pichota elegante, dir-se-ia até distinta, helénica, vigorosa, apessoada, tranquila, apolínea, marmórea e culta.
– É uma pichota pequena, meu amor. Sempre disse que era muito pequena, parece meio atarracada. O teu pai é asiático?
– Não.
– A tua mãe?
– Não.
– A tua pichota?
– Já lá esteve e não gostou.
(...)


João Pereira Coutinho «As palavras propriamente ditas» in Revista 365


Técnica ou Talento?


Hoje em dia inventam tudo... se não acreditam vejam o vídeo abaixo...






Ontem estava a ver o Esquadrão do Amor e mostraram este vídeo tão pedagógico.
Por isso, meninos, se ainda não sabem fazer sexo oral, façam o download da aplicação Lick This App e aprendam a fazer um cunnilingus ... ao vosso tablet!
Pratiquem a técnica no tablet e depois desenvolvam o talento na vossa companheira...

Não garanto que ela seja tão recetiva como o tablet, mas de certeza que não se vai incomodar em ajudar-vos a praticar esta arte.

Beijos com más intenções e lambidelas no sítio certo,
R&A



segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

What not to say to a photographer



As ilustrações são da autoria do design gráfico italiano Luca Masini, o mesmo autor de What not to say to a graphic designer 





Mais  stupid requests em Zerouno Design.

Dizia-me, ainda há pouco, um amigo, casado e ainda sem filhos, que nunca lhe passou pela cabeça arranjar um animal doméstico. Vive num apartamento, gatos não gosta, cães, tem pena de os deixar sozinhos o dia todo. Nunca lhe passou pela cabeça, até à semana passada, altura em que decidiu oferecer um cão à sogra, que perdeu o companheiro de quatro patas recentemente. O que tinha sido pensado como uma prenda, quase acabou por ir viver para o apartamento no Cacém. Já se faziam contas à ração e veterinário, espaço para a casota e idas à rua. 
Perguntei-lhe o que o tinha feito mudar de opinião, acerca de ter um cão em casa, e fiquei até agora a pensar na resposta. Sou egoísta, preciso de amor incondicional! 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Vidas #2 (2)


[continuação]



Foi numa quinta-feira, pouco antes do Natal. O marido tinha ido ao Porto, juntamente com dois colaboradores, apresentar um projecto importante a uns investidores espanhóis. Não estaria em casa antes da meia-noite, como era hábito nessas ocasiões, mas ela não queria correr riscos desnecessários e decidiu como hora limite as dez da noite.
Passou o dia bem-disposta. Entre olhares e sorrisos cúmplices com o amante, trocou alguns telefonemas com o marido, sempre num tom carinhoso, coisa que já não fazia há muito tempo. Incentivava-o que ia correr tudo bem, que os espanhóis não eram loucos para não investirem naquele projecto, que o Filipinho tinha almoçado bem, já tinha ligado à mãe, e agora estava a dormir, e um beijinho e até logo. Ciente do seu espantoso sangue-frio, tinha encaixado a pergunta normalmente, o que te apetece para o jantar? ele hesitou e disse que o melhor era não contar com ele, em princípio, iria jantar pelo Porto. Touché! O que ela queria ouvir. Aventurou-se à proposta do Motel na estrada de Sintra, levantando o polegar ao olhar que a inquiria, duas mesas à sua esquerda, ainda o marido falava do trânsito infernal da A1, naquela manhã, uma gaja qualquer que tinha provocado um choque em cadeia, dizia em tom de desdém. 
No momento em que agarrou na bolsa e no casaco, já tinha ligado à mãe a dizer que ia chegar mais tarde, apetecia-lhe ir ao ginásio, mentiu, ainda se questionou se não seria melhor desistir, e se ele viesse mais cedo? as coisas já andavam tão tremidas... bem, podia sempre desculpar-se com o ginásio. O som de um sms dissipou-lhe os pensamentos, Estou a ir para lá, minha putinha. Até já. Estremeceu, numa onda invisível, as palavras, grossas como um pénis que lhe latejava na boca, apoderaram-se do baixo ventre. O clitóris intumesceu, como se dentro de si bombeasse um coração gigante. Os mamilos, ainda doridos da dentada que ele lhe tinha dado à hora de almoço, enrijeceram, novamente em busca daquela boca sôfrega de prazer. A decisão estava tomada.



[cont.]