quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Isto não é o Super Bowl, mas os cobardes estão em todo o lado.




Não será à toa que a campanha NO MORE irá passar o seu vídeo no intervalo do evento desportivo mais importante da América, o Super Bowl. Se tiverem tempo e curiosidade, podem saber mais aqui. Lembro-me de que vi o vídeo do merdas do Ray Rice, um autentico porco, que merecia ser castrado a sangue frio, e fiquei bastante desiludida com o encolher de ombros, na altura, dos responsáveis. Dois jogos de suspensão, uma folgazinha, portanto.

Voltemos ao vídeo. A mensagem, ainda que em língua inglesa, é universal: o medo. Não o medo das doenças, dos tufões, dos cães assassinos, de um acidente de viação, mas o medo de exigirmos o que nos pertence, a dignidade, o respeito e a segurança. Não só, mas principalmente, as mulheres, em pleno século XXI, continuam a sofrer (e a morrer) de violência doméstica, a violência dos cobardes. Em Portugal, até ao final de Novembro de 2014, segundo a UMAR, houve 40 casos de homicídios do tipo e 46 tentativas que, felizmente, não resultaram na morte da vítima, mas que com certeza deixaram marcas perpétuas. Carece à minha fraca análise, um estudo aprofundado, especialmente no que diz respeito às leis e à sua aplicação. Afinal, como é que se justifica esta facilidade em matar? Falta a condenação civil, para além da judicial? Estamos a recuar nos direitos humanos ou, devido às tecnologias de informação, recebemos a realidade em maiores quantidades?

Cada um terá a sua ideia de resolução para o problema, bem de certo. Uns mais pacíficos e optimistas, outros, como eu, menos predispostos a acreditar nos milagres da salvação. 


36 comentários:

  1. cada vez mais gosto deste quarto!

    beijinhos repenicados!!! :D

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    1. Temos muitas almofadas, ajeita-te que, com este frio, toda a lã dá jeito!

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  2. A lei é muito branda nesse assunto, demora a actuar, e quando actua, por vezes é tarde demais.
    As mulheres e também alguns homens, deviam perder o medo/vergonha de assumir que são vitimas de violência. Afinal só nos podem ajudar se pedirmos ajuda...

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    1. Concordo. O mesmo se passa com os maus tratos infantis. Sempre tarde demais.

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  3. O estigma é/continua a ser enorme, apresentar queixa contra um/uma familiar, denunciar uma situação de maus tratos físicos ou emocionais. E apesar de a violência doméstica constituir crime público, continuamos com a história do entre marido e mulher não metas a colher...

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    1. O Ray Rice acabou por ser despedido pelo seu clube, embora ache que muitas vezes os mesmos actuem mais por questões de imagem.

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    2. Por isso é que não podemos permitir que deixe de ser um crime publico (como queria o palhaço do Marinho), para que qualquer pessoa possa fazer queixa do mesmo.

      (Mais tarde, quando as redes sociais caíram em cima do video e a imagem do clube estava em causa. Pergunto-me se tal acontecesse em Portugal, se, mesmo só pela imagem, o clube faria o mesmo...)

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    3. Lembras-te de termos falado quando o Manuel Palito foi levado para o Tribunal e havia gente a bater palmas? Muita da nossa sociedade é feita dessas pessoas que batiam palmas a um homem que matou a ex-sogra, a tia e tentou matar a ex-mulher e a filha.

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    4. Lembro, uma vergonha.

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  4. A justiça é lenta e branda neste pais.
    É o que temos.

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    1. Mas porquê?! Por que é que é assim? E por que é que permitimos que seja assim?
      Por que é que alguém bate palmas a um Palito?

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  5. Eu acho que recebemos a realidade em maior quantidade. E é um problema cultural que demorará gerações a ser resolvido. Em cenários de crise como o que estamos, tende a ser agravado.

    É triste e grave vivermos num mundo assim. Mas também não creio que o "olho por olho, dente por dente" seja a solução.
    E o caso do Palito é de facto muito revelador do que se passa neste país.

    Beijos

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    1. Olho por olho, talvez não, mas vida por vida, é algo que cada vez me parece fazer mais sentido.
      Acho que perco todos os dias a pouca fé que tinha no ser humano. (E quem sabe não me estou também eu a transformar num monstro?)

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    2. Faltou o beijoooo!

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  6. Eu fé nas pessoas também vou perdendo...mas no dia em que perdermos a fé em nós mesmos, aí sim, está o "caldo entornado"! E vida por vida é claramente uma situação dessas...

    Beijos

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  7. Nem imagino o quão difícil deve ter sido para ela fazer esta chamada... Isto resolvia-se assim:
    Ele atado a um poste nu, e ela com uma tesoura (não afiada que é para ser ainda mais doloroso) a cortar-lhe a pilinha minúscula...sim, porque só pode ter uma pilinha minúscula para fazer o que faz... Como não tem power na cama, agride-a para mostrar que tem poder... Cabrão!!! Só quem lhe enfiasse um ferro em brasa pela ponta da gaita...a ele e aos cobardes que fazem o mesmo...

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    1. Ou seja, olho por olho, dente por dente :-)
      E agora só para baralhar, eu que estou longe de defender estas pessoas, mas que sou contra a pena de morte e esse tipo de castigos...não sei se és mãe ou não mas imagina que um filho teu faria isso. Defendias o mesmo tipo de castigo?

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    2. Eu não tenho respostas, mas tenho um filho. Não sei nem o que pensar.

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    3. Ok...colocas bem a questão eusouassim. É uma pergunta difícil e entendo o ponto de vista.
      Quero acreditar que quando for mãe vou conseguir ensinar os meus filhos a agir corretamente seja com quem for (afinal é o que todos os pais querem) mas no caso de não o conseguir... espero que seja punido de forma a não voltar sequer a pensar em fazê-lo novamente. Sim, talvez nessa altura não esteja tão adepta destes castigos que sugiro agora. Mas sinceramente não te consigo dizer se sim ou não. Neste momento não tenho filhos e não sei como reagiria se um filho meu tivesse uma atitude destas (acho que ia a correr atrás dele pela rua com a vassoura na mão :P)

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  8. :-) Bom, não sei se ias utilizar a vassoura para lhe bater ou para a enfiar nalgum lado :-P

    Mas sim, percebeste o ponto de vista. E a questão para mim é esta, temos que conseguir manter a justiça a um nível humano. Por muito pouco humano que nos possa parecer o crime que foi feito.
    É a minha opinião, que vale o que vale ;-)

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    1. Claro que tens razão. No calor do momento, perdemos o norte, vais a moderação e partimos para o radicalismo, a emoções cega-nos, a fúria toma-nos.

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    2. Para lhe bater claro! Se lha enfiasse em algum lado ele ainda podia gostar, e o objectivo era castigá-lo e não dar-lhe uma prenda ;)
      Eu sei e tens razão, mas se fosse eu a agredida... ia buscar o ferro em brasa (assim que conseguisse sair do hospital, claro!)... ;)

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    3. Ahahaha :-) Já viste o filme "The Girl with the dragon tattoo"? A versão americana? É impossível não ficar satisfeito com o que ela faz aquele gajo depois de ter sido abusada... ;-)

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    4. (Eu vi. é brutal :)

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    5. :-) Viste as duas versões? Eu gostei muito das duas! E adooooooooro a versão que os NIN fizeram da música dos Led Zeppelin que abre a versão americana!!!

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    6. Não, só vi a versão onde entrava o Daniel Craig. Não me lembro da música (mas, claro está, vou googlar). Às vezes tenho a mania do preconceito com os filmes muitos falados e apreciados (e toda a gente falava deste na altura), mas gostei muito. Gosto de filmes rodados nos climas nórdicos, a luz fica mais... como dizer? cinzenta :) (Como por exemplo o The Hunt)

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    7. Os suecos já fizeram os 3 filmes baseados nos 3 livros. É uma versão menos "hollywoodesca" com algumas diferenças até na personalidade da rapariga. Eu gostei dos dois! :-)
      Esse filme (The Hunt) é brutal! E não deixa de ter a ver com a discussão deste post. A condenação civil de um inocente. E nos casos em que há condenação criminal de um inocente?? Havendo pena de morte como se repara? É uma discussão muito interessante sem dúvida!

      :-) Grande post!!!

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    8. Caraças, pá! Quando referi o The Hunt, quis escrever um pouco sobre isso (inocência/(falsa ou não) condenação. O filme é um pouco dúbio nessa parte, creio que propositadamente, nunca chegas a ter certeza de nada, nem da inocência, nem da culpa do gajo.

      Bom fim de semana :)

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  9. A tua pergunta lembrou-me uma entrevista que li há dias, do pai do norueguês que matou aquela gente toda na ilha. É duríssimo para um pai/mãe passar por uma situação assim.

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    1. Sim, nem quero imaginar. Ainda hoje falava com uma amiga sobre o assunto educação dos filhos. Até podes ser "perfeito" na educação que dás que isso não quer dizer que ele/ela venha a ser alguém bem formado. Há mais hipóteses, como é óbvio, mas é sempre um ser humano diferente e imprevisível.

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    2. Esquecemo-nos que não são nossas extensões, mas sim indivíduos com personalidade própria, com quem partilhamos o nosso adn. Ai, às vezes dá um medo tão grande ser mãe (ou pai) :)

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    3. Acertaste em cheio!
      Pois...deve(???) também ser por isso que eu me dedico apenas a educar um cão :-P

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    4. :)))

      Bom fim-de-semana.

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  10. :-) Igualmente Mariazinha!

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