Klári ficou porque devia jantar connosco; eu, porém, não pude deixar de pensar por que razão ele se sentia «demasiado cansada» para acompanhar Maya e porque preferiu esperar comigo no apartamento, sabendo nós que a Maya ainda se iria demorar uma hora mais.
- Bem, estás à minha guarda - disse ela com uma gargalhada embaraçada -; o que é que eu hei-de fazer contigo agora?
Não fora só a gargalhada que fizera o seu corpo vibrar; eu vi a expressão do seu rosto suavizar-se e descontrolar-se mais uma vez. Fico irresistivelmente atraído pela expressão nua de uma mulher quando está completamente vestida. E Klári perguntava-me o que haveria de fazer comigo.
- Seduz-me.
Ela ficou séria. - Estou espantada contigo, András.
- Bem, perguntaste o que havias de fazer comigo.
- Estava apenas a tentar ter uma conversa amável.
- E o que haverá de mais amável do que pedir-te que me seduzas?
[...]
Quando fizemos amor, não tivemos que nos mexer. O corpo dela era sacudido, do principio ao fim, por convulsões. Talvez porque não queríamos realmente estar de novo juntos (ela achava-me imoral, eu achava-a estúpida), esses poucos minutos provocaram a violenta sensação de estarmos a viver um primeiro e derradeiro encontro.
O Elogio da Mulher Madura, Stephen Vizinczey - Editorial Presença, [p. 62 - 63]
Gosto muito deste elogio :)
ResponderEliminarMinutos em maremoto...
ResponderEliminarBoa noite! :)
Um primeiro e derradeiro encontro... começo a achar que todos os primeiros encontros deviam ser também derradeiros...evitaria tantas tristezas...
ResponderEliminarDona Vera...belas leituras...
Beijinho*
Recomendo. Boa literatura, boa dose de erotismo (como já não se lê).
ResponderEliminarSerá lido..... a sedução assim de pronto é a sedução do olhar!!!
ResponderEliminar