terça-feira, 27 de janeiro de 2015
As putas da Avenida
Eu vi gelar as putas da Avenida
ao griso de Janeiro e tive pena
do que elas chamam em jargão a vida
com um requebro triste de açucena
vi-as às duas e às três falando
como se fala antes de entrar em cena
o gesto já compondo à voz de mando
do director fatal que lhes ordena
essa pose de flor recém-cortada
que para as mais batidas não é nada
senão fingirem lírios da Lorena
mas a todas o griso ia aturdindo
e eu que do trabalho tinha vindo
calçando as luvas senti tanta pena
Fernando Assis Pacheco
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Verinha, Verinha, só tu, para trazeres um pouco de cultura para o quarto :P ehehehe
ResponderEliminarCom o frio que se faz sentir, até eu tenho pena delas...
Beijo grande
Adorei o poema! Não conhecia. :)
ResponderEliminar