Numa altura em que a literatura erótica tem cada vez mais leitoras, cabe-nos distinguir o recorrente do inédito. O Diário Secreto de uma Mulher obriga-nos a mergulhar, através de um relato verídico na primeira pessoa, no debate interior de uma Submissa.
Sophie é uma mulher inteligente, independente e sofisticada, uma jornalista determinada, cumpridora de prazos que tem controlo sobre tudo na sua vida, ou quase tudo…É que, apesar de fora da cama Sophie ser totalmente livre e desprendida, na cama é totalmente o oposto. Ela é uma submissa que nos mostra toda a dualidade da sua personalidade.
Perante as humilhações mais violentas a que os seus companheiros (sempre dominadores) a sujeitam, ela sente raiva e desprezo, mas o seu corpo contradiz cada pensamento seu. O seu sexo húmido e receptivo expõe claramente o prazer que sente com as humilhações e agressões que sofre, mesmo que a sua mente lhe diga que ela não gosta de algo ou as suas nádegas estejam quase dilaceradas com tantas vergastadas.
A dualidade presente em Sophie é visível no desejo de mandar “à fava” o dominador e ignorar cada ordem que recebe e a teimosia que não lhe permite desistir. Em cada página existe uma luta interior entre a voz na sua cabeça que lhe diz que não tem de se sujeitar a chupar os dedos dos pés de ninguém e a vontade de mostrar que consegue fazer o que é ordenado para agradar ao seu dominador, para que ele se apiede dela e lhe permita atingir o tão almejado orgasmo.
As dores e as humilhações são tão fortes, que Sophie termina muitas vezes o encontro com o seu dominador a chorar baba e ranho, literalmente, mas também (quando lhe é permitido) a entregar-se à intensidade dos orgasmos que este tipo de práticas lhe provocam.
Perante as humilhações mais violentas a que os seus companheiros (sempre dominadores) a sujeitam, ela sente raiva e desprezo, mas o seu corpo contradiz cada pensamento seu. O seu sexo húmido e receptivo expõe claramente o prazer que sente com as humilhações e agressões que sofre, mesmo que a sua mente lhe diga que ela não gosta de algo ou as suas nádegas estejam quase dilaceradas com tantas vergastadas.
A dualidade presente em Sophie é visível no desejo de mandar “à fava” o dominador e ignorar cada ordem que recebe e a teimosia que não lhe permite desistir. Em cada página existe uma luta interior entre a voz na sua cabeça que lhe diz que não tem de se sujeitar a chupar os dedos dos pés de ninguém e a vontade de mostrar que consegue fazer o que é ordenado para agradar ao seu dominador, para que ele se apiede dela e lhe permita atingir o tão almejado orgasmo.
As dores e as humilhações são tão fortes, que Sophie termina muitas vezes o encontro com o seu dominador a chorar baba e ranho, literalmente, mas também (quando lhe é permitido) a entregar-se à intensidade dos orgasmos que este tipo de práticas lhe provocam.
Claro que a maior parte do livro é um discorrer de cenários típicos de uma relação D/s, no entanto, este livro prima pela diferença. Não é apenas um relato de uma relação entre um Dominador e uma submissa, mas de vivências pessoais e reais que vão contra tudo aquilo que a protagonista imagina que consegue suportar, fazendo-a perceber que é mais forte do que aquilo que pensa e que precisa desesperadamente daquele lado obscuro para sentir prazer. Para a narradora, ser submissa não é fazer apenas aquilo de que se gosta mas também ultrapassar os limites fazendo o que nunca imaginara ser capaz de fazer.
“Quando regressei à Terra como que saída de um transe, ainda a tremer devido à intensidade do que acontecera, ele estava a desapertar as calças e a aproximar-se de mim. Enfiou-se violentamente dentro de mim, colocando o seu peso sobre a minha vagina ainda palpitante, intumescida, pisada e dorida. Não consegui evitar um grito. Começou a foder-me, uma evocação cruel do ritmo da colher apenas uns minutos antes, uma sensação tão dolorosa e intensa que me arqueei debaixo dele, fazendo tudo o que podia para o afastar, o que, graças às algemas e à corda que me prendia os tornozelos, foi muito pouco.
Ele enfiou-se ainda mais dentro de mim e depois deteve-se por uns momentos. Prendeu as mãos no meu cabelo e beijou-me avidamente, e a seguir mordeu com força o meu lábio inferior até eu sentir sangue. Os dedos dele rodaram as molas presas aos meus mamilos, ajustando-as e apertando-as até me dar a impressão de que todo o meu corpo estava em chamas. Eu estava a soluçar, com lágrimas a escorrerem-me pelo rosto, e, quando recomeçou a foder-me sussurrou:
- Vieste-te à pancada 109 porque voltámos atrás quando te enganaste. Falhaste o teu prazo.
Por entre uma névoa de dor e de intenso prazer percebi exatamente o que aquilo significava. E tremi…”
Apesar desta torrente de literatura erótica, ainda nenhuma suplantou em mim a crueza genuína de "História de O", do pseudônimo de Anne Desclos... E qualquer ode requintada ao amor erótico de D.H. Lawrence.
ResponderEliminarBeijoca
Obrigada Eros. :)
EliminarAinda não consegui agarrar-me a esse livro. Andei recentemente envolvida com "Uma Espia na Casa do Amor" da Anais Nin, mas para ser sincera, considero a literatura erótica atual bastante mais estimulante.
Beijinhos cheios de más intenções...
A paciência que tu tens, rapariga, para ler tanta folhinha.
ResponderEliminarNão é paciência... sabes bem que sou completamente viciada neste tipo de literatura. E se tu soubesses como é interessante...páginas e páginas de puro deleite ... literalmente, eheheheh ;)
EliminarE não te fazia mal nenhum leres uns quantos livros da minha estante :P
Confesso que também não tenho paciência para ler tanta página.
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